CONTROLE DA ACIDOSE RUMINAL: QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA COMBATER ESTA DOENÇA METABOLICA?

CONTROLE DA ACIDOSE RUMINAL: QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA COMBATER ESTA DOENÇA METABOLICA?

CONTROLE DA ACIDOSE RUMINAL: QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA?

 

 O que é acidose ruminal?

A acidose ruminal é uma doença metabólica que afeta em torno de 25% dos bovinos confinados, caracterizada pela diminuição do pH no rúmen abaixo dos níveis fisiológicos. Geralmente, está associada ao consumo de dietas ricas em carboidratos de rápida taxa de fermentação (grãos de cereais) ofertadas com inconsistências de manejo alimentar.

Animais com alto consumo destes carboidratos não fibrosos (CNF), enfrentam períodos prolongados de acidez ruminal, sobretudo, entre 4 a 10 horas após o fornecimento do concentrado ou ração. Mesmo sem sintomas aparentes, a acidose ruminal pode trazer efeitos nocivos aos animais, tais como queda e flutuação no consumo de matéria seca, redução no teor de sólidos do leite, carcaças com menor acabamento em animais de corte e em casos extremos e persistentes, laminites e cascos com crescimento irregular.

Por isto, é muito importante que saibamos lidar e controlar a acidose ruminal com estratégias corretas de manejo e alimentação do rebanho.

 

Como combater a acidose ruminal em bovinos comfinados

A acidose ruminal afeta em torno de 25% dos bovinos confinados

 

Tipos de acidose ruminais

Dietas com maior proporção de CNF, como açúcares e principalmente amido, aceleram o crescimento de bactérias no rúmen, e estas, aumentam a quantidade de ácidos produzidos. Caso a produção destes ácidos ultrapasse a taxa de absorção pelas papilas ruminais e a taxa de passagem de ácidos para o omaso, o animal entra em um quadro de acidose ruminal.

A acidose ruminal é classificada como subclínica ou clínica, de acordo com o tempo em que o rúmen permanece com pH abaixo de 5,8 e 5,2, respectivamente. As maiores perdas desta doença são os casos subclínicos, os quais ocorrem diariamente a partir do acúmulo de ácidos no rúmen, totalizando quatro a oito horas com pH inferior a 5,8, o que gera uma rotina de insultos ao organismo, refletindo em redução no desempenho e desafio ao sistema imune. Seu diagnóstico preciso depende do acesso ao fluido ruminal, o que é inviável em condições normais de campo, tornando a prevenção a melhor estratégia.

Como prevenir a acidose ruminal?

O ponto fundamental para a prevenção da acidose ruminal é garantir o balanço entre a produção de ácidos pela microbiota ruminal durante o processo de fermentação e a posterior absorção destes ácidos pelas papilas ruminais.

Este equilíbrio passa pela correta formulação da dieta e o correto fornecimento aos animais. Dietas “quentes”, ricas em açúcares e amido, não devem ter seu fornecimento de um só vez. Dividir esse fornecimento em duas ou mais vezes é aconselhável. Outra estratégia é a inclusão de subprodutos de fermentação mais lenta, como casca de soja, farelo de trigo e caroço de algodão.

Nos animais que recebam dieta total, é fundamental a atenção ao tamanho de partícula da dieta para que se garanta o fornecimento de fibra fisicamente efetiva em quantidade e qualidade suficientes para estimular mastigação e a salivação dos animais, o que auxiliará no tamponamento ruminal.

Outra estratégia para controle da acidose é a utilização de ingredientes que potencializem a neutralização de ácidos ruminais. Estão disponíveis no mercado alguns ingredientes que desempenham essa função direta sobre o pH: os tamponantes e os alcalinizantes.

Os tamponantes e alcalinizantes são utilizados, de forma incorreta, como sinônimos no campo, mas o emprego do termo correto e, principalmente, as particularidades de ação de cada um devem ser conhecidas.

Os tamponantes tem ação imediata no ambiente ruminal. Sua ação máxima ocorre até duas horas após ingestão e resulta na manutenção do pH ruminal, impedindo sua redução por algumas horas. O tamponante mais utilizado é o bicarbonato de sódio, porém sua capacidade de neutralização é diminuída em animais com pH inferior a 5,7, típico de animais com acidose subclínica.

Diferentemente dos tamponantes, os alcalinizantes tem ação prolongada no rúmen, com sequestro de ácidos por tempo mais prolongado. Animais de alto desempenho tem necessidade de que os ácidos sejam neutralizados durante um maior tempo e, nestes casos, os alcalinizantes tem maior indicação. O óxido de magnésio é o alcalinizante mais utilizado no Brasil.

Também existem outros aditivos (substâncias orgânicas ou inorgânicas) com efeitos indiretos sobre o pH do rúmen, que tem sido utilizados como melhoradores de desempenho dos animais. Dentre os aditivos mais conhecidos estão os ionóforos que atuam na seleção de bactérias ruminais. Com seu efeito antibiótico, inibem o crescimento de bactérias gram-positivas produtoras de ácidos lático, acético, butírico e metano (responsáveis pelo rebaixamento do pH ruminal) e favorecem o desenvolvimento das bactérias gram-negativas que são consumidoras do ácido lático e produtoras de ácido propiônico (que aumenta a eficiência energética do animal). Isto traz estabilidade ao ambiente ruminal, reduz os riscos de acidose e aumenta a eficiência na fermentação. Dentre os ionóforos, a monensina é a mais utilizada no Brasil.

Nos últimos anos, novos aditivos foram desenvolvidos na busca por um controle mais eficiente da acidose ruminal.

Dentre estas novas ferramentas de controle e prevenção da acidose ruminal, podemos destacar o pHix-up, desenvolvido pelo Grupo Roullier. O pHix-up, possui como principais características: a maior capacidade de neutralização de ácidos (39 mEq/g de produto), em média, 2,6 vezes maior que o óxido de magnésio comum (15 mEq/g de produto) e 3,25 vezes superior ao bicarbonato de sódio (12 mEq/g de produto), o que garante a rápida neutralização dos ácidos do rúmen; e sua capacidade de manutenção do pH ruminal em níveis adequados pela maior solubilidade e cinética de ação. Isto favorece a manutenção do equilíbrio do ambiente ruminal e intestinal e o desenvolvimento de microrganismos ruminais que irão potencializar a digestibilidade e consequentemente a produção e absorção de ácidos.

Importante:

De maneira geral, a ação do pHix-up no organismo do animal irá proporcionar maior saúde ruminal podendo elevar os índices produtivos e o estado de saúde geral dos ruminantes.

Para finalizar, a mensagem é: a pecuária moderna está sempre em busca de melhores índices produtivos e os animais estão sendo constantemente desafiados com dietas ricas em cereais. Existe, sim, o risco de acidose ruminal e não podemos ignorá-lo. Porém, com o uso de práticas adequadas de manejo e de ferramentas corretas para controle e prevenção, as ocorrências deste distúrbio podem ser reduzidas e melhores resultados produtivos alcançados.

Fale com a nossa equipe técnica para maiores informações!

Artigo produzido pelo nosso Supervisor de Desenvolvimento de Mercado da TIMAC Agro – Leonardo Manoel Duarte Ferreira

 

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ADUBAÇÃO DAS PASTAGENS

ADUBAÇÃO DAS PASTAGENS

COM A CHEGADA DO VERÃO OU DA ESTAÇÃO DAS CHUVAS, É O MOMENTO DE ADUBAÇÃO DAS PASTAGENS?

Saiba tudo nesse conteúdo sobre a adubação das pastagens.

O Brasil possui a maior área de pastagem cultivada do mundo, chegando aos 154 milhões de hectares de norte a sul do país, conforme dados do MapBIOMA. Mas o que chama atenção, é a análise das imagens de satélites coletadas entre 1985 e 2020 que permitem também avaliar a qualidade das pastagens brasileiras e constatar uma queda nas áreas com sinais de degradação de 70% em 2000 para 53% em 2020.

adubação das pastagens

Cobertura vegetal dos municípios brasileiros em 2021. MAPBioma, 2021. Áreas de pastagem no Brasil | Foto: Montagem Revista Oeste/Atlas das Pastagens.

A redução de área de pastagens degradadas, se deve à profissionalização da pecuária e a adoção de técnicas de manejo que elevaram a capacidade produtiva das áreas. Com o uso de sementes de qualidade, controle de ervas daninhas e especialmente correção dos solos e adubação, ocorre uma melhoria na qualidade das pastagens. Dessa forma, com produção de matéria seca em quantidade e qualidade, superiores comparadas a áreas sem manejos adequados, assim elevando a lotação de animais/ha, aumentando no ganho de peso dos animais e lucratividade dos pecuaristas.

Entre estas três técnicas de manejo citadas acima, a adoção da correção e adubação do solo, são práticas consideradas o ponto de partida para o sucesso da atividade agropecuária. Em sistemas intensivos de produção de animal a pasto, a “colheita” da pastagem é realizada pelo próprio animal, que se alimenta da parte aérea da forragem que é onde supre sua necessidade nutricional.

Exigência nutricional das pastagens

No Brasil as pastagens são formadas, majoritariamente, por gramíneas forrageiras, que influenciam na decisão para o uso eficiente dos corretivos e fertilizantes utilizados, baseando-se no nível de exigência nutricional, conforme tabela 1.

Pastagens

O nível de exigência da espécie adotada irá definir, baseado na análise do solo da área, qual será a necessidade de correção dos níveis de pH e dos macro e micro nutrientes do solo.

Os solos da grande maioria das pastagens brasileiras são solos que apresentam baixo pH, teores baixos de cálcio e magnésio, teores relativamente altos de Al trocável, baixos teores de fósforo e baixa porcentagem de saturação de bases. Estas características limitam o estabelecimento da forragem, especialmente por prejudicarem o crescimento radicular e desenvolvimento da parte aérea, desta forma a colheita do boi não será satisfatória. Áreas com baixa lotação animal são reflexo de baixa disponibilidade de forragem, causadas na grande maioria das vezes por solos pobres ou mal manejados.

Com a chegada do verão, também conhecido na região central, norte e nordeste do Brasil como a estação das chuvas, é necessário a adoção de estratégias de manejo e adubação que sejam soluções frente às situações desencadeadas neste período, conforme descrito pelo Dr. Adilson Aguiar,  professor do curso de  Zootecnia nas Faculdades Associadas de Uberaba.

1- Em fazendas onde a pastagem foi superpastejada (taxa de lotação acima da capacidade de suporte da pastagem), com o início das primeiras chuvas, vem uma rebrota composta por folhas tenras, com baixo conteúdo de matéria seca e de fibra, com alta digestibilidade, que passa rapidamente pelo trato digestivo do animal, provocando diarreias. Já sob o ponto de vista da planta forrageira, ela é consumida com alta intensidade e alta frequência, o que leva ao esgotamento de suas reservas e possível degradação do estande de plantas. Sob o ponto de vista do solo, ele pode ficar adensado, levando à compactação e à possível erosão. Com esses erros acumulados, a pastagem deixa espaços que são dominados por plantas daninhas. Aquela planta forrageira tenra é mais susceptível ao déficit hídrico, ocorrido durante as estiagens (veranicos), como também nas pragas cortadoras (formigas, lagartas, etc.).

2- Já em fazendas, onde a pastagem foi subpastejada (taxa de lotação abaixo da capacidade de suporte da pastagem), desde a estação chuvosa anterior, e, com a chegada das chuvas, aquela alta massa de forragem que sobrou está seca e os tecidos da planta mortos. Com as primeiras chuvas, as folhas secas e mortas se desprendem dos perfilhos e caem no solo. Na planta, ficam os caules com perfilhos aéreos, comprometendo a estrutura do pasto, com touceiras altas e muitos talos, circundados por plantas baixas que vêm sendo superpastejadas. As plantas altas e o excesso de palha sobre o solo retardam a rebrota inicial da pastagem por sombreamento das gemas basais e pela imobilização de nutrientes na decomposição da grande quantidade de palha (nitrogênio, fósforo e enxofre). Por outro lado, a espessa camada de palha cria um ambiente favorável para a sobrevivência e proliferação de pragas, particularmente cigarrinhas que atacam pastagens, e de fungos que podem causar distúrbios nos animais. Além disso, a espessa camada de palha tem sido uma das causas da morte de plantas forrageiras em muitas regiões do país. Por este motivo, a importância de fornecer os nutrientes adequados para cada área, considerando situações de formação, manutenção ou diferentes situações de pastejo.

Como dito acima, a baixa disponibilidade de fósforo nos solos tem sido considerada  a mais relevante limitação da pastagem. A grande importância do fósforo no início do perfilhamento e no crescimento das raízes das mais variadas espécies de gramíneas forrageiras, está amplamente documentada na literatura.  Quando ocorre inadequado suprimento de fósforo na formação da pastagem, o resultado é a presença de plantas de menor porte, com menor número de perfilhos e com sistema radicular menos desenvolvido, o que resulta em áreas degradadas, ocupadas por plantas daninhas ou não pelo capim de interesse, mas sim por plantas indesejadas, com solo descoberto e mais sujeito à erosão.

Com o adequado suprimento do elemento fósforo, além da resposta em crescimento inicial mais acelerado, tanto da parte aérea, quanto das raízes das gramíneas, que proporciona sensível alteração no perfilhamento e no “fechamento” da área das pastagens, também há incremento acentuado na concentração deste nutriente nas folhas. Isso tudo somado, resulta em uma mais rápida formação das pastagens, que pode receber mais precocemente os animais para o primeiro pastejo.

É no início da estação das chuvas que, ocorre a incorporação de nitrogênio e enxofre ao solo, provenientes da atmosfera, e começa a decomposição de material orgânico da terra. Dessa forma, favorece o crescimento da pastagem, se ela estiver bem manejada e em solo suprido de fósforo e demais macro e micro nutrientes.

Para atender a demanda de nutrição adequada para as pastagens, a TIMAC Agro proporciona a tecnologia TOP-PHOS: fertilizante fosfatado de alta disponibilidade – a tecnologia CSP® protege o fósforo contra fixação e no solo estimula o crescimento radicular da planta, além de, proporcionar alto residual para a próxima safra. Conheça mais sobre a tecnologia TOP-PHOS.

Matéria produzida pela nossa Gerente de Desenvolvimento de Mercado – Fernanda Weber.

Fontes:  MApBiomas. Embrapa Cerrados e IPNI.

 

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