A ADUBAÇÃO DO TRIGO PODE AJUDAR A ENFRENTAR O ESTRESSE HÍDRICO?
A ADUBAÇÃO DO TRIGO PODE AJUDAR A ENFRENTAR O ESTRESSE HÍDRICO?
Trazido de uma das expedições portuguesas em 1534 por Martin Afonso de Souza, o trigo, hoje conhecido como um cereal de inverno, foi cultivado inicialmente no Brasil, no estado de São Paulo.
Com o passar dos tempos, a cultura do trigo foi se espalhando por outros estados brasileiros e a partir da década de 40, as plantações de trigo começaram a se expandir para as regiões mais frias do Brasil, como os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, responsáveis hoje por 90% da safra nacional deste cereal.
No mundo atualmente, são produzidos mais de 600 milhões de toneladas de trigo, sendo os maiores produtores: China, Índia, Rússia e Estados Unidos, motivo de preocupação, considerando os últimos episódios que envolvem esses países, em especial a Rússia.
Fonte: USDA
Fonte: IBGE
O TRIGO é composto por:
1 – CASCA: Fonte de fibras insolúveis, vitaminas do complexo B, zinco e potássio, entre outros minerais. Quando transformada em farelo de trigo para consumo, acelera o trânsito intestinal e ajuda a reduzir o risco de câncer nesta região do organismo.
2 – ENDOSPERMA: Localizado na parte intermediária do grão, entre o farelo e o gérmen, é utilizado como base para fabricação da farinha de trigo e está presente nas receitas de massas, pães, bolos e biscoitos. Fonte de carboidratos, também ajuda a espantar a insônia e a ansiedade, aumenta a capacidade de concentração e a disposição física, reduz o risco de doenças coronárias, mantém a flora intestinal saudável e controla os níveis de colesterol
3 – GÉRMEN: Também conhecido como o embrião do grão, comercializado na forma de farelo ou óleo, é considerado uma excelente fonte de vitamina E, nutriente antioxidante que auxilia no combate aos radicais livres e contribui na redução do envelhecimento dos vasos sanguíneos. Rico em vitaminas do complexo B, em especial a B1 ou tiamina, que é fundamental na metabolização da glicose, em especial para os diabéticos.
Para produção de trigo, como para qualquer cultura, clima e solo são fundamentais para alcançar as produtividades almejadas, e como dito Ana Maria Primavesi em seu livro – A cultura do trigo – “A fofice da terra é indispensável para se conseguir uma cultura sadia e rendosa”.
Certamente a autora se refere à textura de solo que dá condições para o adequado desenvolvimento radicular, assim dando condições para a planta absorver água e nutrientes de maneira adequada. Considerando que a cultura do trigo tem como característica, raízes que pelo seu comprimento se concentram em uma profundidade restrita do solo, limitações de físicas ou químicas do solo, podem afetar ainda mais essa capacidade de crescimento e restringir o desenvolvimento da cultura, principalmente em situações de stress.
Em trabalho desenvolvido por Denardin et al 2013, foi possível observar que a cultura do trigo concentrou seu sistema radicular nos 5 cm do perfil do solo, representando 90% das raízes da planta.
Então a pergunta: A adubação pode ajudar a enfrentar o estresse hídrico? Sim, pois a adubação que estimula o desenvolvimento radicular será o mecanismo para formação de raízes com capacidade de fornecer para a planta a água que é 100% absorvida do solo.
O trigo é muito sensível ao estresse hídrico durante os períodos de perfilhamento e enchimento de grãos. Períodos de estresse hídrico podem causar alto impacto na atividade fotossintética e no aproveitamento do nitrogênio, fundamental para a cultura.
Assim, estratégias que possam minimizar os efeitos da falta de água ajudam a planta a enfrentar o stress nestes períodos. Uma das formas, é promover o desenvolvimento do sistema radicular, em especial o que se desenvolverá entre o perfilhamento e estágio de 2º nó. Um sistema radicular mais eficiente promoverá a absorção de água e nutrientes, reduzindo a regressão dos perfilhos durante o alongamento do caule. Por esta razão, áreas com fósforo disponível no período de perfilhamento é altamente recomendado, onde os déficits hídricos ocorrem frequentemente, por ser fundamental como fonte de energia para o desenvolvimento de raízes.
O fósforo (P) está presente em componentes estruturais das células, como nos ácidos nucleicos e fosfolipídios das membranas celulares, e, também em componentes metabólicos móveis armazenadores de energia, como o ATP. A absorção de fósforo pelas plantas ocorre essencialmente via sistema radicular, estando na dependência da capacidade de fornecimento pelo solo, que muitas vezes é um limitador para um bom suprimento, agindo no sentido de competir com as plantas pelo P disponível na solução.
Plantas deficientes de fósforo são mais sensíveis ao estresse e doenças. As folhas jovens das plantas com esta deficiência, tendem a escurecer ou manter uma cor verde-azulada e as mais velhas ficam avermelhadas.
A falta de P no início do desenvolvimento restringe o crescimento, condição limitante para o desenvolvimento da planta e para a produção de grãos. A falta de P no período mais tardio do ciclo tem menor impacto na produção de grãos de trigo em relação à deficiência inicial (Grant et al, 2001). Estes mesmos autores constataram que o estresse de P diminui mais o número total de sementes produzidas que o tamanho da semente, sendo que essa redução no número de sementes ocorre através da redução na quantidade de espigas férteis e de grãos por espiga.
Além do fósforo, outros macronutrientes e micronutrientes são fundamentais para a cultura, sendo que a necessidade de cada nutriente varia de 1 a 40 kg/tonelada produzida.
Segundo Date (2000) e Graham e Vence (2000), atualmente, o nitrogênio alcança o segundo lugar, como o maior fator limitante da produção, ficando atrás somente da deficiência hídrica. É fundamental na formação dos compostos essenciais do grão, formados por proteínas, carboidratos, glúten, entre outros.
Marcha de absorção do nitrogênio na cultura do trigo:
Sua importância, como limitar na produtividade, está diretamente relacionada a formação de componentes do rendimento, como o número e tamanho de espigas e massa de grãos (MUNDOSCK, 2005).
Necessidade de nutrientes conforme diferentes autores:
Nitrogênio | 15,8 | 51 | 22 | 40 |
Fósforo | 3,8 | 4,4 | 4,4 | 6,6 |
Potássio | 4,8 | 17 | 5,0 | 8,3 |
Enxofre | 1,1 | 5,4 | 1,6 | 7,0 |
Cálcio | 1,2 | 3,0 | 1,1 | 6,0 |
Magnésio | 2,1 | 2,0 | 2,7 | 4,2 |
A adubação correta, que desempenha o papel primordial da formação de raízes e fornece sustento para a planta, resultará em uma lavoura com maior capacidade de suportar condições de restrição hídrica e, assim formando de maneira adequada os componentes de rendimento da cultura.
No gráfico abaixo, é possível observar a relação crescente entre o desenvolvimento de raízes e número de perfilhos.
A necessidade de água e do aproveitamento dos nutrientes disponibilizados, são fatores de sucesso na produção de trigo. Produtividades que alcancem as expectativas e os investimentos dos produtores são as desejadas.
Assim, esses fatores dependem sim do sistema radicular e a adubação correta associada às condições fisiológicas da planta, que são formas de driblar o estresse hídrico. Por isso, uma adubação equilibrada pode ajudar a enfrentar o stress associando a ferramentas que deem condições para a planta desenvolver o sistema radicular e manter-se com o metabolismo ativo nos momentos de falta de água, para que os componentes de rendimento e a PRODUTIVIDADE final seja o mínimo possível afetada.
Como alternativas para melhorar o perfilhamento do trigo, resultante da ação sobre o sistema radicular e manutenção da turgescência da planta, a TIMAC Agro disponibiliza tecnologias que asseguram a produtividade.
Melhora no sistema de desenvolvimento radicular, maior número de perfilhamento, aumento na absorção dos nutrientes, melhora no enchimento de grãos e aumento na tolerância das temperaturas extremas, são resultantes da utilização de fertilizantes líquidos das linhas Fertiactyl e Fertileader.
Quer saber mais? Fale com a Equipe da TIMAC Agro!
Fonte: Abitrigo – http://www.abitrigo.com.br/conhecimento/
IBGE / MAPA / EMBRAPA
Matéria produzida pela nossa Gerente de Desenvolvimento de Mercado – Fernanda Weber.