CULTURA DA BATATA: A IMPORTÂNCIA DA FOTOSSÍNTESE NA TUBERIZAÇÃO
CULTURA DA BATATA: A IMPORTÂNCIA DA FOTOSSÍNTESE NA TUBERIZAÇÃO
A batata (Solanum tuberosum L.) é originária dos Andes peruanos e bolivianos onde é cultivada há mais de 7.000 anos. Recebe diferentes nomes conforme o local: araucano ou Poni ( Chile ), Iomy ( Colômbia ), Papa ( Império Inca e Espanha ), Patata ( Itália ), Irish Potato ou White Potato ( Irlanda ).
A batata foi introduzida na Europa, antes de 1520, sendo responsável pela primeira revolução verde no velho continente: os ingleses incendiavam os trigais e matavam os porcos criados pelos irlandeses, levando o povo à miséria, entretanto, a batata resistia ao pisoteamento das tropas, às geadas e ficavam armazenadas no solo.
Alguns governantes impuseram medidas para a difusão da batata na Europa: Frederico Guilherme, da Prússia, ordenou a amputação do nariz de todos os camponeses que não plantassem batatas; Luis XVI, da França, ordenou a instalação de canteiros em locais públicos com a presença da guarda armada somente durante o dia – o que vale ser guardado, vale ser roubado.
A difusão da batata em outros continentes ocorreu, através da colonização realizada pelos países europeus, inclusive no Brasil. Inicialmente era cultivada em pequena escala em hortas familiares, sendo chamada de batatatinha, assim como na construção de ferrovias ganhou o nome de batata inglesa, por ser uma exigência nas refeições dos técnicos vindos da Inglaterra.
Pesquisadores da história da alimentação apontam duas razões básicas para o êxito e a disseminação da batata: o valor energético / ausência de colesterol e o fato de possuir sabor e cheiro pouco acentuado, possibilitando centenas de combinações que resultam em sabores diferentes.
Nutricionistas da FAO afirmam que uma dieta composta de batata e leite poderia suprir, em caráter de emergência, todos os nutrientes de que o organismo humano precisa para se manter. Atualmente a batata é o 4º alimento mais consumido no mundo, após arroz, trigo e milho, sendo a primeira commodity não grão.
No Brasil, a batata é considerada a hortaliça mais importante, com produção anual de aproximadamente 3,5 milhões de toneladas e cerca de 130 mil hectares plantados. Entretanto, o país não está entre os principais produtores do mundo. Na verdade, como a demanda nacional é grande, o Brasil é um dos maiores importadores dessa hortaliça.
Fonte: Anuário 2020 | 2021 Hortifruti Brasil/CEPEA
Para a produção de batata é importante conhecer alguns aspectos relacionados à temperatura. O stress térmico causado por mínimas ou máximas, prejudicam o processo de desenvolvimento dos tubérculos responsável pela produtividade e a qualidade final.
Temperatura do solo ideal: 15 ºC a 18 ºC.
Temperatura do ar:
- Mínima para inibir a brotação do tubérculo: 3 a 4 ºC.
- Média ótima para o início da tuberização: 17 ºC.
- Máximas de 30 ºC e mínimas de 6 ºC torna rara a produção de tubérculos.
- Temperaturas noturnas acima de 20 ºC inibem a tuberização.
Quando falamos de fotossíntese, a temperatura ótima está entre os 20 a 25 ºC e, a cada aumento de 5 ºC ocorre uma redução de 25% na taxa de fotossíntese, sendo que ao aumento de 10 ºC a taxa de respiração foliar dobra. Porém, a fotossíntese é o processo que ao ser afetado levará a redução da produtividade e a qualidade dos tubérculos.
Como isso se explica?
Fisiologicamente, a redução da produtividade a partir de um limite máximo de temperatura, pode ocorrer pela inibição da fotossíntese à medida que a temperatura aumenta. E, além de provocar redução de produtividade, altas temperaturas ainda afetam negativamente a aparência do tubérculo devido à ocorrência de doenças e distúrbios fisiológicos, tais como lenticeloses, rachaduras, embonecamento e manchas interna.
As temperaturas limitantes altas na maioria das vezes estão associadas a baixa disponibilidade de água, outro fator que afeta a produção final de tubérculos. O déficit hídrico no início da tuberização limita o número potencial de tubérculos; favorece a incidência de sarna comum e de anomalias de tubérculos.
No período de enchimento do tubérculo limita o desenvolvimento da área foliar e antecipa a senescência; reduz o tamanho do tubérculo e, portanto, o rendimento é reduzido; favorece o desenvolvimento de sarna comum e déficits alternados induzem desordens nos tubérculos (mancha chocolate, coração-oco, rachaduras e embonecamento).
O que faz os fatores – alta temperatura e stress hídrico – estarem relacionados, é a ação conjunta que leva ao mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos, gerando uma economia de água entendida pela planta como uma “forma de sobrevivência”. Porém, a economia de água causada pelo fechamento estomático, evita que a água seja absorvida e transportada para a parte aérea juntamente com os nutrientes que seriam utilizados na fotossíntese.
A ocorrência de déficit hídrico provoca diminuição na fotossíntese, principalmente pelo fato de os estômatos se fecharem e, a entrada de gás carbônico fica impedida. Com esta limitação, os produtos de assimilação do CO2 deixam de ser constantemente transferidos do interior de planta, das folhas e de outros tecidos fotossinteticamente ativos para os locais de consumo ou armazenamento, neste caso os tubérculos. Essas reduções são acentuadas e a fotossíntese cessa em plantas no ponto de murcha permanente (PMP). Em condições de campo, muitas plantas interrompem a fotossíntese nas horas mais quentes do dia devido a murcha temporária e a redução da elongação celular nas folhas.
Nas imagens abaixo podemos ver a taxa de transferência de assimilados durante o processo de tuberização. O Nitrogênio tem relação direta com o acúmulo de carboidratos nas folhas, na qual promove maior reserva para redistribuição nos tubérculos. Dessa forma, isso quer dizer que baixo N irá promover tubérculos mais leves, demonstrando a necessidade de se ter uma planta fisiologicamente ativa e nutricionalmente equilibrada.
Uma ferramenta para reduzir as perdas que ocorrem nesta fase causadas pela baixa capacidade fotossintética é atuar no mecanismo estomâtico e tornar mais eficiente a conversão de energia luminosa em açúcares, necessários para a planta.
Entre as tecnologias exclusivas desenvolvidas pela TIMAC Agro, está o FERTILEADER que ajuda a planta a estimular a atividade fotossintética, refletindo em maior peso e qualidade de tubérculos.
O FERTILEDADER atua na turgescência da planta devido sua ação sobre a abertura e fechamento dos estômatos, melhorando a produção de açúcar, sua translocação e o armazenamento nos tubérculos.
Quer saber mais? Fale com a Equipe da TIMAC Agro!
Fonte: MAPA/IBGE/EMBRAPA/Fisiologia das plantas cultivadas. Dr Elmar Floss/
Matéria produzida pela nossa Gerente de Desenvolvimento de Mercado – Fernanda Weber.